domingo, 31 de dezembro de 2017

Ano Novo – Esperanças renovadas, por quê?


            É incrível como o homem do campo sabe contar o tempo sem consultar o relógio. Meu pai, com sua vida no campo, nunca usou relógio até os 80 anos. Depois disso passou a usá-lo no pulso e ficava como uma criança a admirar o brinquedo a todo instante. Viveu até os 101 anos e nunca mais se separou dele, até o último momento. No campo estava sempre a olhar para os céus como a implorar a chuva para o plantio de cereais e o sol para a colheita. Sabia a hora pela posição do sol, qualquer fosse a estação do ano, com a precisão de cinco a dez minutos. Por isso, enquanto na lida, nunca precisou usar o relógio. Nos trópicos, onde vivemos, sabe-se que há dias mais curtos, quando escurece mais cedo e dias mais longos quando o sol se põe mais tarde. Há dias mais frios e dias mais quentes. Dias chuvosos e dias mais secos. Lua cheia, bem grande e brilhante e depois aparecem pequenas como se fossem metades. Mas, antes disso, o homem observou que havia dias e noites e que o sol “passava” pelos mesmos lugares todos os dias e que a lua “passava” pelos mesmos lugares todas as noites. Acreditavam que o sol girava em torno da terra. Isto até o ano de 1543, quando foi publicada a tese de Copérnico (falecido no mesmo dia da publicação), que mostrava que a terra girava em torno do sol (sistema heliocêntrico). Poucos acreditaram. Galileu, quase um século depois (1616) defendeu a tese de Copérnico e foi condenado pela Inquisição da Igreja Católica. Foi obrigado a negar publicamente a tese de que a terra gira em torno do sol, que seria “herética” e “teologicamente” errada. Foi condenado e teve seus livros incluídos no Index, censurados e proibidos.
           
Bem, mas e o tempo medido?  Ora, havia dia e noite, frio e calor chuva e estiagem e esses fenômenos se repetiam em intervalos regulares de tantas luas, conforme observado pelos agricultores, que se baseavam nesses ciclos lunares para plantar e colher. Assim, ficou fácil criar um calendário que se repete a certo intervalo de tempo, as chamadas estações. E qual intervalo? As fases da lua, lógico! E a repetição  de uma estação se dá a cada 12 lunações. A esse ciclo completo, que corresponde a uma volta da terra em torno do sol, convencionou-se chamar de Ano, dividido em 12 meses. Esse é o chamado movimento de translação da terra e durante esse período, o ano, a lua também dá 12 voltas em torno da terra. Cada volta da lua em torno da terra dura aproximadamente 30 dias, tempo que se passou a chamar de mês. Então, o ano tem 12 meses, o mês tem 30 dias, e cada dia tem 24 horas – tempo em que a Terra dá uma volta em torno dela mesma (rotação). Assim, ficou definido o tempo para a humanidade. Lógico que se os fenômenos naturais se renovam, como o dia, noite e as estações, completando o ciclo anual, o homem passou a usar esse calendário para quantificar todas as suas ações, a começar pela contagem da idade... os anos de vida. Marcar o tempo é uma grande necessidade humana, não só para questões práticas como psicológicas. Foi sábio quem inventou a divisão do tempo. Tempo de iniciar, plantar, colher e celebrar os feitos. E o padrão adotado foi, então, o Ano/Mês/Dia, pelas razões já explicadas.

Mas, o que significa o Ano Novo? Por que paramos para pensar, refletir e planejar o próximo Ano? Creio ser uma necessidade atávica, de nossos ancestrais que viviam exclusivamente da agricultura. Já imaginou se o agricultor deixa de plantar na época certa? Não vai colher fruto ou cereal algum, pois cada planta tem seu ciclo vegetativo em função das chuvas e horas de sol (de 10 a 12 horas por dia , no verão para florescer e frutificar). Então, fazer um balanço do ano agrícola que passou era mais que necessário. Tão necessário quanto o “planejar” o dia do novo plantio dos grãos. Na Europa e nos EUA há um deadline (data fatal), no mês de maio, para o plantio dos cereais. Se for plantado depois da data fatal é certo que o “general” inverno vai matar a planta antes que seu fruto amadureça, lá pelo mês de novembro próximo. Então, desde que esse mundo é mundo, o homem sempre associou o final de ano como a época para se fazer um balanço das atividades e também planejar ações para  ano novo, até mesmo por questão de sobrevivência. Assim deve ser na nossa vida pessoal. Ao final de cada dia, mês ou mais popularmente no final do ano,  sempre comemoramos aquilo que realizamos. Mas, e as festanças?  Toneladas de fogos de artifício, bebidas... Bem, falemos delas.

Por que mesmo celebramos o Ano Novo com tanto entusiasmo? E o Reveillon? Esta palavra significa,  em francês, “despertar”, estar atento! Mas como estar atento com tanta embriaguez que simula “felicidade”? Tem que estar acordado para a passagem do ano, para “fazer” seus pedidos, diz a tradição, por isso... Reveillon! Ora, ora, a que hora deverei estar acordado, como reza a mais que antiga tradição? À meia noite? Onde? No Japão ou no Brasil? São 12 horas de diferença...., portanto que diferença faz se eu estiver acordado ao meio dia daqui e acompanhar a passagem do ano, do Japão, via satélite, ao vivo? Costumes, convenções antigas, não levam em conta o progresso tecnológico. A tal da meia noite, de virada do ano “acontecia” no mesmo instante para os povos antigos, ou pelo menos até o ano de 1534, quando Nicolau Copérnico disse para  o mundo que a terra girava em torno do Sol e não o contrário. Galileu Galilei, que defendia essa tese foi condenado como herético religioso e obrigado a negar a tese heliocêntrica. Para a igreja conservadora, o sol é que girava em torno da terra, nascia de manhã e se punha à noite. Por isso, a virada do ano, que ela mesma, a igreja, criou o calendário de 365 dias e um ano bissexto de 366 a cada quatro anos, aconteceria à meia noite e “no mesmo instante” no mundo inteiro, pois a terra era fixa e quem girava era o sol..... Mas, nem foi preciso esperar a chegada do avião a jato para derrubar tamanha ignorância eclesiástica  inquisitória que queimava os cientistas com sendo hereges, pois outros como Kepler, Tycho Brahe e Galileu aperfeiçoaram a tese heliocêntrica. Sem ser cientista astronômico, eu mesmo comprovei, na prática, a burrice da igreja que queimava em fogueiras os hereges que “ousavam” confrontar seus dogmas.

Foi assim que certa vez, quando trabalhava nos Estados Unidos, voei de Chicago à São Francisco, na Califórnia. Foram quatro horas de voo, numa distância de quase 4.000 km. Saí às 12:00h e cheguei ao destino às 12:00h. Sim, na mesma hora e foi então que me lembrei da teoria da igreja católica, dizendo que a passagem do ano se daria !no mesmo instante, no mundo inteiro...” Só que não, pois, havia voado quatro horas e percorrido longuíssima distância. Se a igreja tivesse tido acesso ao avião a jato naqueles idos do século XVI, quem sabe a história teria sido outra.... Fuso horário tem disso, pois o avião a jato voa na mesma velocidade das horas do fuso. Pode-se dizer que fuso horário é convenção dos homens. É! Porém, passagem de ano velho para ano novo, também é! E por que, então, acreditarmos na transcendentalidade dessas datas? Por que seguir as regras convencionadas? A tradição recomenda celebrá-la com roupas de cor branca, atirar flores ao mar para Iemanjá, queima de toneladas de fogos de artifício para espantar os maus espíritos (pelo barulho) e atrair o bem e “iluminar” os céus, passando a ideia de “comunicação” com os deuses, a ligação com o transcendental. E a comida farta, incluindo algumas iguarias que “atraem” boa sorte e representam fartura para o ano todo. Porém, diz a lenda, não se deve comer, na virada do ano, aves que ciscam para trás, pois isso ocasionaria atraso na vida, assim como a lentilha verde, dá sorte com  moedas, dinheiro. Champanhe, danças, grandes shows pirotécnicos, etc, etc? À parte a beleza da queima e efeito de toneladas de fogos de artifício, nada disso me atrai nessas datas, pois são bem grotescas as origens e razões desses costumes. Enfim, cada povo tem a sua história, seu folclore e inventa maneiras de desejar feliz passagem de ano para seus amigos. Folclore e lendas à parte, é só lançar mão de argumentos científicos nos campos da engenharia, tecnologia, psicologia e afins, para se comprovar o quão primitivas são essas tradições. E pior, hoje deturpadas para atender aos interesses comerciais.

Fico a imaginar, por experiência própria, se eu tivesse embarcado e voado, de Chicago para São Francisco, à meia noite de 31 de dezembro. Teria eu que comemorar durante as quatro horas de voo naquela meia noite interminável, de longuíssima duração da tal festa de reveillon? Ou então, qual “meia-noite” valeria, a do embarque ou a do desembarque, ou todas valeriam durante as quatro horas de duração da viagem paralela ao tempo? A infabilidade da igreja falhou! Pelo menos nessa questão. Pena que os mortos pela sua Inquisição perderam a vida por conta de crassos erros, pura ignorância. Mas, a despeito disso, a Terra continua girando em torno do Sol e embora Galileu tenha se livrado da forca ou da fogueira da Inquisição, ele foi perdoado formalmente pela Igreja Católica em 31 de outubro de 1992, 350 anos depois de sua morte. A igreja gastou esse tempo todo, três séculos e meio, para aprender que a Terra gira em torno do Sol? Ainda bem que não matou Galileu nem Copérnico e concedeu, ao primeiro, o perdão post mortem.


Bem, as discussões acima são apenas retóricas argumentativas. Mas, ainda assim e por isso mesmo, essas festas com seus rituais próprios, antigos e hoje deturpados, não me empolgam, apesar de os especialistas em psicologia humana acharem que esses rituais são importantes e têm uma função especial para as pessoas. Carregam o poder simbólico de abrir e fechar ciclos da vida e esse poder é enorme, representando verdadeiro sincretismo, explorado até mesmo pelas religiões. O interessante é que, segundo os mesmos especialistas, as pessoas sentem necessidade de fazer um balanço de pontos positivos e negativos a cada ciclo que termina. Outro ingrediente fundamental para o bem estar psíquico do ser humano é a necessidade de esperança e dá às pessoas uma sensação de controle sobre o próprio destino, concluem os especialistas.  Daí, então, o sucesso dessas festas apelativas até no nome: réveillon. E a festa é vendida como se fosse a “ALEGRIA” em si.

Pura fantasia, dizer que todos que ali estão se sentem maravilhosamente felizes, vestidos de branco (outra fantasia do imaginário humano, pura convenção inventada pelo homem: a cor branca simbolizaria a paz, calma e pureza, significa inocência e esperança no bem e surgiu com os adeptos do Candomblé, que se vestem de branco para jogar flores no mar para Iemanjá). Mas por que todo mundo precisa fazer o balanço de suas vidas ao mesmo tempo, numa data convencionada pelo próprio homem? Diz a psicóloga Jaqueline Meireles que esse gigantesco “mutirão de boas intenções”, que se cria nesses momentos, pode ser um belo empurrãozinho para incentivar o exame de consciência e abraçar o ano vindouro. Então, segundo a especialista, somos “empurrados pela massa”, E eu acrescento: pela propaganda comercial, puramente financeira para os bolsos de quem organiza as festas e comerciantes que querem vender seus produtos natalinos e de festas de fim de ano. Enfim, todos querem apenas o lucro comercial, financeiro, até mesmo com irresponsabilidade que mata dezenas de pessoas a cada ano, como aquele malfadado Bateau Mouche que naufragou diante do show pirotécnico de Copacabana..

Recentemente li uma entrevista de um padre muito famoso na TV, que se queixava dessa “escravidão dos costumes”. Ele alega que não há aquela tal e tão propalada alegria geral. Afirma que “É quase uma inquisição. Você tem que ser alegre nessa data e isso é cansativo. Porque às vezes a pessoa não está naquela alegria toda, mas tem que fazer o papel. Igual na noite de Natal. Eu tenho pena de quem prepara a ceia, faz na correria toda e na hora de comer a pessoa que preparou não aguenta ficar em pé”. Quem disse isto foi o Padre Fábio de Melo, palestrante mega-pop da TV, e continuou seu desabafo:
“... não gosto disso, dessa obrigação de comemoração e por isso, e precisei aos poucos,  ao longo da vida, tomar coragem para fugir dos lugares lotados e encontrar a própria turma para ter uma passagem menos cansativa. O pior lugar do mundo é o litoral no interior. Fila para a padaria, fila para o restaurante, e vê aquele mar de gente, fingindo estar feliz. Um dia comecei a tomar coragem de estar onde achei que era mais interessante. Gosto de não ter a responsabilidade da alegria do fim de ano e nem ficar respondendo aquelas mensagens encaminhadas, que você sabe que não foram escritas para você. Tudo é cansativo”, concluiu o entrevistado.

Encontrei, portanto, um aliado de peso, incontestável, no combate a esses costumes deturpados, pois ele tem a sabedoria da convivência  com milhões de pessoas e sabe se relacionar. Pensando melhor, que coisa desagradável ver as festas e tradições humanas transformadas, hoje, em puro e mero objetivo comercial. Veja o Natal, o que há de religioso? Quase nada, inexpressivo. O que conta é o papai Noel cheio de presentes (interesse comercial). As manchetes dos jornais, à serviço do setor financeiro, só falam de “aumento nas vendas de natal, lojas e shoppings superlotados...”. E onde fica o espirito natalino cristão? Na festa de fim de ano a mesma coisa..., as manchetes estampadas, hoje, 31/12/2017, pelo jornal Correio Braziliense: #Partiufesta na Esplanada; Hora de renovar, com conselhos de astrólogos (ah... faça-me o favor, me poupe-me dessas crendices e superstições); jogue na Mega-Sena e ganhe 280 milhões; Restaurantes capricham nas festas desta noite; Descrença Política (grande novidade); Hora de olhar para frente; Fé no futebol e eleições de 2018...; 2018 será Ano difícil... As manchetes não serão diferentes nos noticiários televisivos da tarde e noite de hoje, a tal virada do ano. Pior, ainda, serão as notícias de amanhã, primeiro dia do novo ano, com o balanço negativo do ano velho, sob a falaciosa manchete “Retrospectiva”. Padre Fábio de Melo, da entrevista acima, tem razão. É irritante e cansativo demais! Também prefiro ficar longe dessa folia, de falsa “felicidade”. Ninguém tem obrigação de praticar isso, apenas porque muitos fazem e sem saber que estão sendo manipulados pelo poder econômico que tudo controla, até mesmo se haverá metrô, loja aberta ou não. Isto sem contar as origens atrasadas, de completa ignorância da ciência, que essas tradições carregam.

E hoje à tarde ainda me deparei com uma postagem muito sensata, de uma amiga dos tempos colegiais, Maria Aparecida Possato. Disse que leu muitas e diferentes mensagens, mas que a essência é a mesma, falando-se muito em Mudanças. Atitude que ela pensa não ser fácil de tomar e executar. Prefere a Gratidão e a descreve, citando a quem deveria ser grata, aos familiares e amigos que lhe ajudaram a ser quem ela é hoje, a quem lhe oferece trabalho, distração, boa prosa, felicidade e espaço para entrar em suas vidas, seja em silêncio ou tagarelando. Continua com sua gratidão, principalmente, a Deus pela vida, lar, comida e luz que ilumina seus caminhos, muitas vezes sinuosos. Promete a si mesma que vai “tentar” (gostei do “tentar”, pois se falhar..., bem foi apenas uma tentativa) ser mais leve e desprendida e que talvez seja essa a estrada para se viver com sabedoria e saborear os momentos felizes que deixamos de viver todos os dias. Assim se expressou em sua bela mensagem de Ano Novo. E digo que essas palavras complementam as de Padre Fábio de Melo e vêm, portanto, ao encontro do meu pensar.

Mas, descrever quatro paginas sobre as falhas e defeitos atávicos dos costumes das celebrações das festas de ano novo, não quer dizer, em absoluto,  que condenamos quem as comemoram em grandes eventos públicos e sigam os rituais recomendados para o vestir, comer e beber. Há, sim, os que gostam de festas, apreciam um bom vinho ou champanhe e participam com gosto e prazer dessas celebrações com fogos de artifício e muita música e bebida. Mas, também, ninguém pode dizer que uma reunião, en petit comité, em família, com um bom jantar (e até champanhe, e faz bem...), precedido de uma oração de gratidão a Deus por tudo que somos e, esperando as 12 badaladas do antigo relógio de parede, marcando um novo dia, um novo ano, não possa também ser considerada uma grande comemoração do Ano Novo.

Feliz 2018 !!!  

 Saúde e coragem para enfrentar os desafios que nos esperam!

Brasília, 31 de dezembro de 2017


Paulo das Lavras

Hoje, à tarde, vestido de preto, dos pés à cabeça (ops..., esqueci-me da tinta preta nos cabelos...rsrs).
Nada de vestes brancas, pura superstição. Detesto convenções e falsas alegrias...kkkk. Aqui, na foto, a alegria foi real, verdadeira, pois degustava, numa adega comercial, uma legítima Veuve Clicquot....
Mas, acabei levando a Chandon...rsrs, tão boa quanto e pronto para a passagem de ano, recebendo em casa toda a família e agregados. Mesmo trajando o preto (disfarça mais o barrigão...rsrs),
ninguém poderá contestar a alegria, a gratidão por tudo.
Ah..., não vou precisar de fogos de artifício para espantar maus espíritos ou iluminar os céus para falar com deuses da mitologia.
A oração sincera, de olhos fechados, no silêncio da alma, nos aproxima mais de Deus.
Missão cumprida em 2017. Gratidão à Deus, à família e aos amigos!
Saúde, para todos nós, e coragem para enfrentarmos os desafios de um novo ano.



 
Sim, o show pirotécnico de Copacabana é lindo. E a massa de milhões de cariocas e turistas do mundo inteiro faz a alegria do comércio. Os psicólogos têm razão, é contagiante a festa de Reveillon.
Um jornal publicou:
“...para a chegada de 2017 em Copacabana... na noite de réveillon, a praia mais famosa do Brasil recebeu, de acordo com a Riotur, dois milhões de pessoas, que foram brindar a chegada de um novo ciclo.18 toneladas de fogos foram disparados de onze balsas iluminando o céu de Copacabana para delírio dos presentes. O público ouviu o disparo de 21 mil bombas que começaram ao som de “Samba do Avião”, de Antônio Carlos Jobim. A esperança por dias mais leves e uma situação financeira mais tranquila também influenciou na maneira das pessoas se vestirem para o réveillon. Assim como no ano passado, muita gente trocou o tradicional branco pelo amarelo, que representa a prosperidade.

— Vim de amarelo para ter mais sorte em 2017. Preciso atrair coisas boas, principalmente uma proposta de emprego — diz Larissa da Cruz, que ficou desempregada em 2016.
Portanto.... Feliz 2018. Saúde para todos!”
Foto: - reprodução, internet - 2017


segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

50 anos, hoje. Festa de formatura


Era o dia 18 de dezembro de 1967, uma segunda feira, exatamente como hoje e também sem chuva, uma exceção para aquela época do ano, chuvosa na região montanhosa do sul de Minas. Naquele dia o Salão Nobre, Lane-Morton, do Instituto Presbiteriano Gammon, estava engalanado para sua festa maior: A colação de grau da turma de Engenheiros Agrônomos da velha ESAL, hoje Universidade Federal de Lavras – UFLA. Era o único curso superior da cidade, por isso a importância do evento que culminava com “o Baile”, no Clube de Lavras.

            Para o Menino das Lavras foi mais que uma vitória. Cinco anos antes assitira à formtura de alguns amigos e foi ao famoso baile da Esal. Ali, no bar do Filipe, situado no subsolo do mesmo prédio do clube, na declivosa Rua Raul Soares, presenciou a festa particular de alguns formandos que brindavam seus uísques, vinhos e cervejas, um pouco antes do inicio do baile oficial. Dentre eles os amigos e futuros colegas  de magistério, Arnoldo Junqueira Neto, David de Souza Andrade, Jair Vieira, vizinho da rua Otacílio Negrão, esquina com Progresso e mais Luiz Henrique de Aquino, Marcelo Adhemar de Andrade Carvalho, Sarasvate Hostalácio, além de outro amigo da familia, Washington Cornélio, irmão da coleguinha de grupo escolar, Alba Divino Cornélio. O menino tinha muitas razões para aceitar o convite e comparecer ao baile de formatura, mas, sequer imaginava que, menos de dez anos depois, se tornaria colega daqueles seis formandos, como professores na própria instituição que o graduaria mais tarde. Mas, ali, naquele bar anexo ao clube, assistiu a vários brindes, sempre brindando a alegria e o futuro promissor da carreira de Engenheiro Agrônomo. Tão promissora e lastreada na fama de uma Escola que formava profissionais, havia mais de 50 anos, dentro da filosofia do Land Grant College. Estes, antes mesmo da formatura já estavam todos, empregados nos órgão de fomento e extensão rural mantidos pelos governos federal e estaduais. Era o sonho da garotada lavrense, passar no vestibular e formar-se na Esal.

Ali, no bar do Filipe, circulando por entre as mesas repletas de formandos em traje de gala, o menino sonhava também ser um daqueles em futuro próximo. Para tanto, vinha cumprindo a promessa que fizera a si mesmo: estudar com afinco para passar no vestibular. E assim fez, pois  para chegar lá, o menino teve que ralarr muito, abdicando até mesmo do lazer. Todas as horas eram preciosas. Associou-se ao colega Fernando Santa Cecília e durante todo o ano de 1963, estudaram juntos, seis horas ao dia, após as aulas normais do 3º ano do curso científico do Colégio Aparecida. E o local de estudos, na casa do colega, ficava quase defronte ao Clube de Lavras, logo ali, do outro lado da rua, no sobrado do Banco de Crédito Real, onde seu pai, Sr. Clélio Santa Cecília era o gerente. Bons tempos aqueles quando éramos tratados como se filho fôssemos, recebendo toda a atenção de Dona Elisa, Sr Clélio e de toda família.

O program de estudos contemplava, diariamente, a matemática, química, física e bilogia, com as matérias acumuladas dos três anos do curso colegial. Tínhamos bons livros. Particularmente o menino gostava de matemática e até conseguiu um novo livro, de autoria do Prof. Bezerra, da Universidade do Paraná. Nesse exemplar havia uma questão de geometria que nenhum outro livro trazia e a sorte ajudou o menino. Na prova oral do vestibular (sim, havia prova oral no vestibular, no quadro negro, ao vivo, resolvendo questões/problemas bem de frente ao professor), tirou o ponto sorteado nº 17, cujo problema era exatamente aquele estudados e aprendido no volumoso livro de capa laranja do Prof Bezerra. Resultado nota 10 em matemática. Mas, o resultado geral do vestibular da Esal recém federalizada não poderia ter sido melhor para o menino que se dedicara com afinco:logrou êxito em primeiro lugar no primeiro vestibular da Esal federalizada apenas 15 dias antes (Lei 4.307, de 23/12/1963). Passar no vestibular já seria uma vitória. Passar em primeiro lugar e ainda como brinde ser dispensado de pagar as pesadas mensalidades, foi a glória das glórias. Também o colega Fernando foi aprovado nos primeiros lugares. Assim, a formatura já tinha data marcada: dezembro de 1967. E assim se cumpriu!

E hoje, 18 de dezembro de 2017, 50 anos depois, parei para refletir, relembrar aquele belo dia em que comecei a vida profissional. Colhi, portanto, a recompensa do esforço dispendido durante os anos e anos de estudos e dedicação planejada para o aprendizado.

O sucesso não vem por acaso, seja na vida estudantil ou profissional. É produto de trabalho e dedicação. Mas, tem também os componentes família e professores. E ponha professor nisso, a começar pelo nosso paraninfo. Mas essa é outra história a ser contada em livro. Celebrar as bodas de ouro, de formatura foi outro evento marcante. Conseguimos reunir  grande maioria dos colegas. De trinta formandos,  cinco já nos deixaram. Vinte um compareceram para três de festas e comemorações na Universidade Federal de Lavras. Valeu!. Faria tudo novamente, do mesmo jeito, os sonhos, os estudos intermináveis, os colegas, a vida profissional, a família. Assim é a vida, cheia de momentos que ficam gravados para sempre.

Brasília, 18 de dezembro de 2017


Paulo das Lavras



 
Os 30 colegas que se formaram em 18/12/1967, pela antiga Escola Superior de Agricultura e Lavras, que foi federalizada em 1963 e transformada em Universidade Federal de Lavras em 1994.


 
O pórtico de entrada da hoje centenária Escola Superior de Agricultura de Lavras- ESAL.
Durate quatro anos o Menino passou de duas a quatro vezes ao dia sob o mesmo, sempre
com alegria, renovada a cada vez, na busca do saber para um dia tornar-se profissional 


O Jornal acadêmico, O Agrário, saudou os novos calouos, do primeiro vestibular
da recém feralizada ESAL


Para constar naquela lista de aprovados, conforme noticiado pelo jornal,
 tivemos que estudar muito, naquele quarto da janela à direita, na casa do colega
Fernado Santa Cecília. No térreo funcionava o Banco de Credito Real, onde
seu pai, Sr. Clélio, era o gerente. 






O famoso Jeep azul da Esal, dirigido por Guaracy Vieira.
Gilda Salvatori e Julio Cesar Romeiro à direita, o redator de O Agrário,
que nos deu as boas vindas na reportagem acima.



 
Foto de 1958, no antigo auditório do predio Odilon Braga. Muitos foram nossos professores a partir de 1964: Paulo de Souza, José Otávio casca, Alcebíades Cartaxo, e Weber Almeida sentado à direita. Em pé, o terceiro da esquerda para a direita é Eduardo King Carr, seguindo-se Jaziel Rezende, Tancredo Weguelin Paranaguá, Marcelo Penido, (Clidenor Galvão??) e Edmir Sá Santos.


 
O prédio Alvaro Botelho, em foto de 2012, quando da restauração da praça.
Sentado, o prof. Alfredão. Paulo Roberto, ao centro, de calça branca,
conversando  com  duas senhoras.


A sede do Centro Acadêmico de Agronomia, no campus Histórico da Esal/Ufla


A turma em excursão à Brasília - maio de 1966. E o Menino, 4º, em pé,
da esquerda para direita, sequer sonhava que um dia se mudaria para Brasília.
Muitos até procuravam o Ministério da Agricultura, o que era natural, pois se
formariam  em Agronomia.  Mas, trabalhar no Ministério da Educação, nem pensar.... ,
 muito menos como dirigente do Ensino Agrícola Superior. Pois, exatos nove
 anos  depois lá estava, no MEC. 


E aí está o nosso querido paraninfo, Prof. Paulo de Souza, ao lado do
prof. Fernando/UFV, em minha casa, no ano de 1979




 
Paulo de Souza, com João Marcio, Nilda, Miriam e
Paulo Roberto, em minha casa, Brasília, dez/1979

Alguns dos colegas: José Maria de Oliveira, Paulo Roberto; Antônio Ernesto Coelho.
João Júlio dos Santos/Perdões; Roberto Thadeu Mendes/Ibiá e
Gilvan de Souza/Lavras


Valsa dos formandos, com a irmã Dilma de Abreu.
 Atrás, à esquerda, Milton Moreira 


O pé de valsa com a filha, num outro baile, muito tempo depois.



 
50 anos depois da formatura recebendo o diploma do Jubileu de Ouro


 
Com a única colega da turma de 30 estudantes. A mesma alegria de 50 anos atrás


Sessão solene da entrega do diploma de Jubileu de Ouro


Festa de confraternização


Com o anfitrião, colega Gilnei e esposa, Solange



O colega Fernando e esposa, Brenda, companheiro de estudos diários, de segunda a sábado,
sete horas de estudos. além das cinco horas do curso colegial. Vestibular à vista....





Jantar e baile do Jubileu de Ouro


Gilson não pôde comparecer, por razões de saúde, mas, em casa,
 vestiu a camisa do jubileu até nos netinhos. O amor, construído
nos longos anos de faculdade, permanece para sempre.



domingo, 10 de dezembro de 2017

O Transatlântico Lavras

            Minha terra natal não tem mar, nem praia, mas tem muitos Ipês e Escolas. Assim é conhecida Lavras, no sul de Minas, região montanhosa. Deve ser por isso, a falta do mar, que nos apossamos das praias capixabas, a 700 km de distância, especialmente Guarapari e Vila Velha. Época de veraneio nesses balneários..., só dá mineiro. Famílias inteiras com seus SUVs, Jeeps e outros carros se deslocam para lá e passam temporadas de férias em apartamentos próprios ou alugados. Mesmo os que se mudaram de Minas para o distante planalto central ainda revivem, por lá, aquele clima dos jovens da década de 1970. Com o passar do tempo vai-se a paixão pela estrada e a distancia é vencida por avião. Mas, a paixão pelo lugar continua a mesma e até parece que o fluxo dos interioranos das serras das alterosas aumentou naquelas praias. Ninguém se atreve a dizer que ali não é território dos mineiros. Muitos se aposentam e mudam-se em definitivo para lá. É o caso do amigo, colega de magistério na Universidade Federal de Lavas-UFLA, Hélio Corrêa. Estabeleceu-se por lá e vive a contemplar a bela terceira ponte e, literalmente, segundo informa sua filha, fica a ver e contar os navios que atracam e zarpam do porto de Vitória. Confesso que tenho inveja desse inusitado hobby, pois navio é um bichão enorme, fascinante e incomum para nós os mineiros do interior. Entrar em um navio é para os mineiros como “provar” a água salgada do mar para certificar-se que realmente é verdade, segundo contam os cariocas piadistas. Ver aquele grandão singrando suavemente as águas, suas antenas de radares girando no topo da ponte de comando, nos leva a imaginar quanta engenhosidade há ali dentro e quanta carga transporta, ou quantas vidas leva a bordo em viagens de passeio a negócios. Algumas vezes, quando em férias por lá, atravanquei o transito na avenida beira mar da cidade de Vitória. Estacionava o carro para ver a aproximação de um grande navio cargueiro. Outra vez, do alto do morro do Convento da Penha, contemplei a passagem de um grande navio cargueiro conduzido por um rebocador sob a bela Terceira Ponte. É um espetáculo digno para qualquer mineiro, de prender a respiração, pois a impressão que se tem, à distância, é que se pode bater facilmente nos pilares de sustentação do enorme vão da ponte de concreto.

            Há três anos, o ilustre colega, tomando seu chope e degustando uma peixada no Club Álvares Cabral, foi surpreendido pela passagem de um grande navio cargueiro que acabara de zarpar do porto de Vitória. Fotografou-o várias vezes, mais pela surpresa de seu nome, estampado na proa, em letras garrafais: Lavras. Agora, anos mais tarde, postou as fotos nas redes sociais e então bateu-me uma curiosidade, por que aquele nome? Haveria algum armador natural de Lavras? Um engenheiro naval? Cheguei a pensar no colega de curso científico do Colégio Aparecida, Valdir Azevedo Junior,  filho do saudoso professor de desenho e de matemática e que se formara em Engenharia Naval pela UFRJ, apenas um ano depois de minha formatura na velha Esal/Ufla. Seria ainda alguma homenagem à cidade? Perguntei nas redes sociais, mas ninguém soube responder, nem mesmo o autor das fotos. Alguém confirmou que o avistara em outra ocasião na Baía de Guanabara. Nada mais.... Surpresa maior foi ter surgido, no dia seguinte, a madrinha do navio Lavras, ninguém menos que a então primeira dama da cidade, Maria Lídia Fonseca, que além de prestar informações sobre o referido navio, postou mais fotos, do ano de 1989, quando a embarcação foi lançada ao mar pelos Estaleiros Verolme.

E assim, pudemos recompor a história do navio Lavras. Tudo começou com o interesse do então prefeito de Lavras, João Batista Soares, em instalar um terminal da Petrobrás na cidade, ou melhor, no Terminal Ferroviário de Prudente, onde já havia infraestrutura mínima necessária ao empreendimento. Na ocasião a Petrobras tinha como presidente o ex-ministro da Marinha, Maximiano da Fonseca, amigo da cidade. Embora o ponto fosse estratégico para a instalação de um terminal de distribuição da Petrobras, não foi possível concretizar-se o projeto do então prefeito, João Batista. Mas, o nome da cidade e os laços de amizade e até familiares que ligavam o ministro Maximiano à Lavras não ficaram no esquecimento, pois sua filha era casada com um ilustre lavrense, Paulo Otávio, grande empresário do setor imobiliário aqui na capital federal. Decidiu o ministro prestar uma homenagem à cidade e sua gente, nomeando um dos grandes navios petroleiros com o nome de Lavras.

O navio tanque, produzido pelos Estaleiros Verolme, é um gigante. Foi a segunda unidade de uma série de três encomendados pelo armador Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobrás/Frota Nacional de Petroleiros – Fronape para serem utilizados no transporte de produtos claros em rotas de cabotagem. Seu custo de construção foi aproximadamente US$ 40 milhões. Foi lançado ao mar no dia 09 de janeiro de 1989, em Angra dos Reis. Seu prefixo é PPSG e tem173, 00 metros de comprimento total, 27,50 metros de boca, 9,70 metros de calado e 14,30 metros de pontal. Sua capacidade de deslocamento é de 34.000 toneladas e transporta 29.400 toneladas de carga, em treze tanques. O motor de propulsão desse gigante é um Sulzer de 06 cilindros tipo 6RTA48´, de 7.751 bhp de potência, podendo se deslocar à velocidade de 14 nós.

Rever o nome de sua cidade natal num baita bichão, singrando as águas do Atlântico, deve ser mesmo uma emoção muito grande, como a experimentada pelo amigo que ainda se lembrou de registrar com fotos aquele momento, na distante cidade de Vitória. Fez-me relembrar quando avistei a bandeira brasileira tremulando no mastro de um navio cargueiro no porto de Nova York. Emoção sem igual para quem, distante da pátria por longo tempo, contemplava ali, subitamente, o auriverde símbolo augusto da paz, cuja nobre presença à lembrança, a grandeza da Pátria nos traz! Assim cantávamos durante o hasteamento da bandeira, no pátio do Grupo Escolar Firmino Costa, desde os sete anos de idade. Saudade incontida no peito, o sangue parece que flui em forma de lágrimas e só então me dei conta de quão belo é o nosso Hino à Bandeira Nacional. Maior ainda deve ter sido a emoção da jovem lavrense que, investida das funções de primeira dama da cidade, foi convidada a ser a madrinha de batismo daquele grande navio que ostenta o nome de Lavras. A cerimônia, iniciada com a quebra de uma garrafa de champanhe na proa do navio, é quase que obrigatória antes de sair para a sua primeira viagem. Trata-se de uma milenar tradição para proteger a embarcação dos perigos do mar, imprevisível e implacável. Conta a lenda que no batismo do Costa Concórdia, que naufragou em 13/01/2012, na costa da Toscana, na Itália, a garrafa de champanhe bateu no casco e voltou intacta. Já no caso do Titanic, a champanhe não chegou a tempo para o batismo. No navio Lavras, não só estourou-se a garrafa na proa da embarcação como ainda houve um tour por suas instalações, tudo regado a delicioso coquetel, quando então a madrinha e demais autoridades fizeram uso da palavra em alusão ao marcante empreendimento.

 Mas, afinal o que representa a escolha do nome de Lavras para aquele gigante petroleiro? Apenas um nome? Um lugar, uma cidade? Não apenas isso. Representa, acima de tudo, a homenagem à sua gente, à memória daqueles que souberam e sabem honrar a sua terra. Parabéns à madrinha, lavrense, Maria Lídia Fonseca, ao então prefeito João Batista Soares, ao empresário Paulo Otávio Pereira que mesmo distante no tempo e espaço, mantém viva a chama do amor à terra natal. Juntos, mas não necessariamente ao mesmo tempo, souberam e sabem representar a terra natal, em grau tão profundo e envolvente capaz de sensibilizar a outras pessoas que, gratificadas com a atenção, retribuem homenageando a cidade inteira – Lavras.

Tenho orgulho das raízes dessa terra, onde se respira a cultura, a educação e a arte de bem receber,  a Terra dos Ipês e das Escolas, conforme a batizaram os poetas. E ainda me aproveitei de seu nome para encabeçar as crônicas, casos e causos da cidade. Ver a imagem de um grande navio que ostenta o nome de sua cidade natal, desperta-nos o mesmo sentimento de ver em terras distantes o tremular do pavilhão nacional.


Brasília, 10 de dezembro de 2017

Paulo das Lavras


 
O imponente petroleiro “Lavras” singrando as águas do porto de Vitória rumo ao Atlântico.
Foto de Helio Correa

Convento da Penha, em Vila Velha, com vista voltada para a cidade de Vitória, foi fundado em 1558.         É o símbolo turístico da cidade. Fica no alto de um morro de 154m, cercado pela Mata Atlântica
Foto: Internet



Vista do alto do Convento da Penha. Cidade de Vitória e a bonita 3ª Ponte. 
   Apreciar a  passagem de um grande navio sob a ponte, escoltado e conduzido por   
    rebocadores, é um  espetáculo à parte que deixou o menino extasiado.
Foto: Internet



O baita navio petroleiro “Lavras” deixando o porto de Vitória.
Foto de Helio Correa




A primeira dama, Maria Lídia Fonseca (de branco e à frente) subindo para o convés do navio                      petroleiro, já batizado com o nome de Lavras. Homenagem à terra de pessoas que bem a representam.
Foto: arquivos de Maria Lídia Fonseca



Solenidade de batismo do navio “Lavras”, em 09/01/ 1989. Estaleiros Verolme , em                                    Angra dos Reis. Maria Lidia Fonseca, primeira dama de Lavras, ao lado do                                                ministro Maximiano da Fonseca, então presidente da Petrobras.
Foto: arquivos de Maria Lídia Fonseca



Visita às instalações do navio. Solenidade de batismo da embarcação, janeiro de 1989.
A primeira dama, madrinha do navio, acompanhada de amigas e pelo comandante do navio
Foto: arquivos de Maria Lídia Fonseca



Maria Lídia,  a madrinha do navio, presenteada com  buquê de flores, no convés
 do navio que leva o nome de sua cidade natal
Foto: arquivos de Maria Lídia Fonseca