quinta-feira, 27 de junho de 2013

Passou um Meteoro em Brasília.... e deixou rastro


Passou um meteoro em Brasília ... e deixou rastro

 

Embora Bruno Giorgio tenha esculpido e pousado seu meteoro no espelho d´água que emoldura o Palácio Itamaraty, outro de maior peso e volume passou por aqui e sua velocidade contagiou os Três Poderes com rastro incontestável... a Manifestação popular, histórica, de quinta feira, 20 de junho de 2013. A velocidade espantosa com que o Executivo, Legislativo e Judiciário responderam às queixas da classe média em passeata pela Esplanada dos Ministérios deixa-nos, a todos, surpresos. Um milhão e meio de estudantes, senhores, senhoras e até crianças, descontentes com os rumos da política, foram às ruas de 12 capitais de estados deste imenso país.

A massa aterrorizou os políticos acostumados às mordomias e pouca ação. Acuados, com medo dos protestos e reações pela má qualidade dos serviços públicos e a falta de muitas outras ações políticas importantes, até fizeram serão no trabalho e falam em cancelar férias tanto no legislativo como no judiciário (60 dias de férias/ano), risível até. O Congresso já aprovou projetos engavetados há tempo, como o que classifica a corrupção como crime hediondo. Também derrotou a famigerada PEC 37 (semana passada a maioria dos políticos a aprovavam..., agora o milagre das ruas... risível, de novo.). O Judiciário acaba de mandar um político corrupto para a cadeia (agora sim, transitou em julgado e só resta a cadeia). Os mensaleiros condenados aguardam em pânico. Ótimo, pois a paciência se esgotou. O Executivo, rapidamente entendeu o recado e propôs um pacto em cinco frentes, priorizando o diálogo até então inexistente com os demais poderes da nação. Melhor ainda!

O mote inicial das manifestações, que se estendeu a quase tudo de errado na política e administração pública, foi a elevação da tarifa de transporte urbano. Para ficar apenas neste tema é bom lembrar que o mísero orçamento para Mobilidade Urbana, de apenas 1,5 bi de reais (menos do que se está gastando na construção de um único estádio de futebol, o Mané Garrincha, de Brasília... uma vergonha...) está contingenciado. Basta acessar o Portal da Transparência e ver: foram empenhados apenas 17,10% e...pasmem..., efetivamente gasto 1,9% (um vírgula nove). Melhorar o transporte público em todo o país, como assim? Dessa forma? Piada de políticos que decidem tudo, sozinhos, nos gabinetes, em cúpula, alheios às agruras do cidadão, como bem disse o presidente do STF. Essa cúpula econômica precisa parar de nos enganar. Retém (contingenciam, dizem eles eufemisticamente) os gastos/investimentos para criar superávits fictícios, artificiais para garantir “caixa” e assim penalizam a população. Por que não cortam gastos com custeios de excessos de pessoal em órgãos dispensáveis e viagens? Por que não ampliam esses investimentos em transportes públicos ou, no mínimo apliquem logo essa miséria de orçamento, menor que do que se investiu na construção superfaturada de um único estádio. Vergonha.... vergonha que os humildes nem conhecem. Chega de orçamentos fictícios. Seriedade, é o que pedimos na execução dos 710 bilhões arrecadados em impostos até o dia 15 de junho corrente.

              Tudo isso acontece em velocidade vertiginosa, embora de olho nas eleições vindouras, mas, empurrados pela velocidade inercial desse grande e temido meteoro, o povo nas ruas. Bruno Giorgio sequer pensou que um dia o seu belo meteoro, esculpido em mármore de Carrara e pousado bem ali em frente aos políticos, serviria de pedestal para manifestantes mais afoitos e inspiração para esta crônica de um cidadão esperançoso e crente num futuro melhor para essa geração de jovens manifestantes.

Brasília, 27 de junho de 2013

Paulo das Lavras

                                          Meteoro - escultura em mármore de Carrara, de Bruno Giorggio. Palácio Itamaraty

Banco Central- 710 bi arrecadados/entesourados, de janeiro a 15 de junho de 2013

sábado, 22 de junho de 2013

As Manifestações de 20 de Junho


 


As Manifestações de 20 de junho

A história das manifestações populares no Brasil nunca registrou tamanha manifestação popular. Cerca de 1,4 milhão de pessoas em 12 capitais foram simultaneamente às ruas. A maioria de jovens estudantes secundaristas e universitários. Pena que uma minoria tenha ido às manifestações de rua apenas para tumultuar, agir com vandalismo, ferir pessoas e depredar o patrimônio público. Infelizmente Brasília presenciou isso ao final da manifestação. Participei da passeata como observador atento, integrado aos diversos grupos e atento à situação de possíveis perigos ou confrontos. Das 17:00h às 19:00h foi um período tranquilo, uma beleza, só alegria por estar ali no meio daquela corrente positiva. Viam-se muitos jovens, funcionários públicos e do comércio engravatados ou não, pais e mães com filhos pequenos, enfim o povo em geral empunhando apenas cartazes de papel confeccionados na hora, tendo o chão como mesa de apoio para a escrita das mensagens idealizadas ali mesmo. Conversei com jovens de caras pintadas, sugeri frases para os cartazes e fotografei-os. Falei com idosos e ainda fiz blague com um engenheiro de 72 anos perguntando-lhe o que ele e eu fazíamos ali no meio dos jovens. Falei com índios da etnia Kayapó que marchavam em ritmo de dança guerreira e entoavam canções de amor à terra, em seu próprio idioma e empunhando cartazes contra a PEC 215. Emocionei-me com o significado de seus cânticos, com cocares e corpos pintados de urucum e jenipapo.  Falei com policiais, de capacetes e coletes, porém sem armas letais e que formavam um cordão humano de isolamento do acesso ao Congresso. Tentei ultrapassar aquele cordão, de corpos colados uns aos outros, para ganhar a via lateral, totalmente livre para se retornar, pois ali era o final da caminhada. Impediram-me, porém com extrema gentileza, demonstrando-me que não poderiam autorizar a minha passagem, pois embora merecesse ganhar um caminho mais livre para retorno, todos invadiriam logo em seguida alegando os mesmos direitos. Mais que lógico. Agradeci, dei meia volta e retornei pelo meio da imensa multidão.

Ao deixar a linha final, no cordão de isolamento e a caminho da Estação Central do Metrô ouvi a primeira bomba, que na verdade seria um rojão atirado contra a polícia por baderneiros isolados no Congresso Nacional. Ainda bem que os manifestantes, pacíficos como eu e dezenas de milhares, já haviam deixado o local e então os baderneiros tomaram lugar. Tristes cenas vimos depois pelos noticiários. Uma pena, mas, apesar disso (e ponha pesar nisso), acreditamos que esses vândalos criminosos com seus rojões, pedradas e pauladas não anularam o brilho do civismo daquela grande manifestação, apenas mancharam.

 Que bom que esse movimento é apartidário, aliás, diz o adágio que povo unido não precisa de partido. Há um distanciamento muito grande da classe política e dirigentes públicos em relação às necessidades da população. O cientista político Rafael Cortez afirma que “existe um esgotamento das imagens dos partidos”. Os marqueteiros oficiais se esqueceram de avisa-los, em todos os níveis da administração pública, que não basta olhar apenas para os menos assistidos, concedendo-lhes bolsas de sobrevivência, justas é verdade, e outras benesses mais. Esqueceram-se da classe média, aquela que paga os impostos escorchantes, sequestrados no contracheque, nos bens de consumo e até nos alimentos e remédios e pior, no ajuste do IR sem descontar gastos integrais com saúde, educação e segurança que são obrigações do Estado, mas, por sua ineficiência contumaz, somos obrigados a gastar com penalização em dobro no bolso. Esta classe esquecida acordou... ganhou as ruas em movimento sem precedentes, legítimo.

As pedras e pauladas civilizadas que vi e até ajudei a criar algumas, na Esplanada dos Ministérios na tarde/noite de 20 de junho, foram outras bem mais apropriadas. Foram os cartazes, faixas e gritos com protestos de toda ordem. Foram “pedradas” devolvidas aos políticos. A causa é apartidária, simples e direta: um futuro melhor para o nosso país, nossos filhos e netos. Mais investimentos em Educação, Saúde, Segurança, Transporte Público, Reforma Politica (eleitoral, partidos, estrutura do executivo, fim de privilégios e mordomias, etc.), PEC 37 e outros, além, logicamente, da mais comum: menos corrupção.

E não venham se fazer de desentendidos dizendo que “não se tem com quem dialogar porque é um movimento sem líderes”.... . Líderes são aqueles que seguem a sua própria consciência. Chega, basta de hipocrisia! O mito do brasileiro pacífico não se aplica mais, somos apenas pacientes demais. Não nos prestamos à subserviência de pseudos lideres que ao empalmarem o poder viram as costas às reais necessidades dos cidadãos que os pagam e os sustentam com seus impostos. Foi-se o tempo do coronelismo embora hoje os políticos gostem de patrocinar inúmeras benesses sociais, algumas justas, diga-se, pois visam mitigar a miséria dos cidadãos carentes. Coitados desses miseráveis. Não vi nenhum deles na Esplanada, talvez com medo de serem fotografados e perderem as benesses. Se lhes fossem negados os direitos de votar em eleições certamente os políticos não se empenhariam tanto em aprovar bolsas e bolsas. Não se admirem se algum deles propuser a criação da Bolsa Ingresso para os jogos da Copa da FIFA. A propósito fui a um dos jogos no Estádio Nacional Mané Garrincha e também ali não vi entre os mais de 60 mil pagantes de ingressos de 160 a 300 reais, nenhum cidadão humilde assalariado. Apenas a classe média, jovens sarados, adultos malhados, bronzeados com roupas esportivas de grife. Mais uma vez, coitados dos pobres, pois a partir da entrada dos megaempresários no negócio futebol, parece que este deixou de ser um esporte das massas. Pelo menos tem sido assim no chamado padrão FIFA. Nas vaias de abertura do jogo da Copa das Confederações as TVs mostraram uma faixa que sintomaticamente dizia: “Quem paga ingresso é o que paga impostos”. Ao cuidarem, nesses últimos 10 anos, de políticas focadas apenas nos mais necessitados, e ainda com práticas nada salutares por parte de maus políticos, a classe média então esquecida acumulou todos esses ressentimentos que agora extravasaram. É justo que ganhem as ruas para protestar!

Doeu e ainda dói na alma do cidadão constatar e sofrer os efeitos da conhecida tese que o poder econômico subordina o político e que as políticas beneficiam a força de investidores que põem o capital para trabalhar. Simples assim a teoria comprovada na prática, “governantes privilegiam o capital, quem tem dinheiro para investir”, em detrimento das necessidades básicas do cidadão. Ainda agora, ilustrando essa tese, vimos três políticos, detentores dos mais elevados cargos da administração pública, o prefeito paulistano, o governador do estado e o vice-presidente da republica, também paulista, que se uniram embora pertençam a partidos antagônicos e voaram ligeiro para Paris em busca de apoio à candidatura para se sediar naquele estado a Expo Universal de 2020, um megaevento. Decretaram o aumento da tarifa de ônibus e, alheios a tudo, deixaram para trás o povo protestando e apanhando com truculência nas ruas. Os cidadãos protestavam justamente contra os gastos do megaevento, a Copa. Grandes eventos são fascinantes para os megalômanos, principalmente com o vislumbre de grandes obras. O Brasil está cheio de exemplos de estádios, pontes, ferrovias e túneis superfaturados que enriqueceram políticos inescrupulosos quase nunca condenados. Aliás, o desrespeito à Justiça é flagrante. Raramente são condenados e quando são zombam dela e da sociedade com o apoio dos colegas, maus políticos.

Líderes do movimento, onde estão? Ora, os políticos de hoje precisam melhorar suas assessorias. Marqueteiros que douraram a pílula no passado (e ainda hoje) para nos enganar eleitoralmente precisam se reciclar. Em época de redes sociais cada um é líder de si mesmo, de sua consciência amadurecida nas reflexões no aconchego do lar ou do escritório, rodeado (virtualmente) por dezenas, centenas, milhares de amigos e informações do mundo inteiro, a um clique, em segundos. Não aprenderam que a era digital está “deletando” os maus políticos?  Acabou... chega de enganação, o Brasil real é outro, dos trabalhadores, da classe média que de fato sustenta essa máquina infame que sequestra impostos e nos impõe a maior carga tributária do mundo. Arrecada-se uma fábula (710 bi, de janeiro a junho de 2013), gasta-se mal, com corrupção (50 bi), Copa da FIFA e construção de estádios superfaturados (33 bi), Olimpíada (26 bi). Somente o Estádio Nacional, de Brasília, está consumindo 1,7 bilhões de reais. E pasmem, foi alugado por 4 mil, sim, quatro mil reais. É justo usar o seu, o meu, o nosso imposto para dar de mão beijada aos empresários que faturaram 7 milhões de reais? Eu disse e confirmo: sete milhões de renda num único jogo e em contrapartida o governo do DF recebeu uma migalha pelo aluguel correspondente a apenas 10 ou 12 ingressos do jogo. Uma vergonha, revoltante, pois os empresários que nada investiram levaram os “restantes” R$ 6,996 milhões.

            Não se precisa da imprensa (nem sempre ao lado do povo, afinal são empresas que visam lucro e se omitem quando lhes convém) para ver e sentir isso e mais: desrespeito à Justiça, corrupção generalizada, baixos investimentos em educação, saúde, segurança, transporte público (até parece que nos transportes os políticos são parceiros das montadoras e do petróleo, onde o erário se apossa de mais de 50% em impostos, daí o descaso com o transporte público).  O Estado é jogador que não aceita perder. Ele modifica as regras do jogo, segundo o professor de filosofia e crítico da política realista que reprime e explora os cidadãos, Christian Lazzeri, da Universidade de Paris-Ouest. É hora de o Estado negociar e nesse caso leia-se: Os Três Poderes. E negociar nesse momento não significa achar os lideres do movimento e barganhar. Primeiro porque os lideres são você, eu e milhões de cidadãos contribuintes e dispostos a colaborar com as políticas justas e honestas em todos os setores da administração pública. É hora de ação em todos os níveis dos poderes da república. E não venham com a velha história de cortar investimentos em saúde, educação, segurança e outras áreas. Basta acabar com a ficção do Orçamento e executá-lo sem cortes ou remanejamentos de conveniência para supostos superávits, como também a diminuição de custeios e melhoria na eficiência da máquina burocrática. Cidadania passa pela atenção do Estado, pois, segundo o professor de filosofia e ética da Unicamp, Roberto Romano, “os monopólios do Estado (força física, norma jurídica e impostos) servem para potenciar políticos e magistrados em prejuízo dos cidadãos comuns, os leigos”. O Estado deve servir ao povo que o sustenta. Chega de país caro, corrupto, inseguro, ineficiente e com a Educação e Saúde em baixa.

Consequências das manifestações?  A redução da tarifa de ônibus foi apenas o estopim da explosão cidadã. E esta se deve mais à intervenção do ex-presidente da república, imbatível no faro das ruas, do que a vontade do prefeito paulistano. Este não conseguiu disfarçar o mau humor e constrangimento por ter de engolir suas declarações anteriores em contrário, embora as organizações sociais tenham batalhado contra o aumento. Ainda esperneou dizendo que haverá um rombo de 600 milhões e que terá de fazer cortes em investimentos (enxugar a máquina administrativa, não? Eis aí a sanha, a fúria arrecadatória, sempre!...). As consequências mais tangíveis das manifestações foram as ações do próprio Executivo que no auge da crise voou para São Paulo levando staff politico que lá se juntou ao ex-presidente da república, o presidente do partido situacionista e também outro integrante, o marqueteiro oficial. Embora esse gesto tenha sido mais eleitoreiro do que social, mostrou que o grito das ruas foi e será ouvido, conforme já declarado pelo Planalto. Dia seguinte foi a vez de reunir-se, o dia todo, como staff técnico e cancelamento de viagens no país e exterior. Melhor assim e talvez a mais importante ação: um pronunciamento oficial à nação. Bingo!... Com sensatas colocações, relembrando seu passado de lutas na juventude para garantir a democracia, a presidenta elogiou a atitude dos jovens, maioria nas passeatas e condenou os atos isolados de vandalismo. Disse ter entendido o recado das ruas e que está atenta, ouvindo a população. Prometeu mais diálogo com as entidades representativas dos movimentos sociais e, sobretudo, com os dirigentes dos demais poderes e estabelecer um pacto com governadores e prefeitos para a melhoria dos serviços públicos. Ótimo para o país e como cidadãos ordeiros devemos, em primeiro lugar, respeito à nossa Presidenta e nela acreditar com esperança que as coisas melhorem. Reconhecer os problemas é, sem dúvida, o primeiro passo para a resolução dos mesmos e nisto ela, a Presidenta, foi muito positiva. Aguardemos, portanto, com mais confiança sabendo agora que o país está sendo observado com bastante interesse pela comunidade internacional. Foram sintomáticas as declarações anteriores ao pronunciamento da Presidenta, tanto por parte da FIFA exigindo segurança para as seleções de futebol e turistas durante as Copas das Confederações e do Mundo, como do Departamento de Estado dos EUA que recomendou a seus cidadãos que evitem a proximidade das passeatas nas ruas brasileiras. Na mesma linha alguns bispos brasileiros manifestaram preocupação com a visita do Papa para a Jornada Mundial da Juventude, a realizar-se no Rio de Janeiro no próximo mês. Tudo isso sem contar que a mídia mundial destacou em manchetes essa nova situação social no Brasil enfatizando as consequências sobre os eventos internacionais que aqui se realizam ou realizarão. Cenário e timming são dos melhores possíveis para acreditarmos nas recentes promessas de nossa presidenta.

No âmbito do legislativo, alvo maior das manifestações de rua, a reação não foi a mesma. Parece acuado e timidamente anunciou apenas o adiamento da votação da combatida PEC 37 que retira poderes de investigação de crimes por parte do Ministério Público. Já é um começo. É hora para reflexão e mudança de comportamentos perante a sociedade que os elegeram. O recado das ruas foi claro, límpido, sonoro e justo! Merece resposta à altura.

Muito ainda está por vir, mas, pode-se afirmar com segurança que nos últimos 10 anos, foi a maioria mais pobre e carente do eleitorado que decidiu as eleições em todos os níveis, mas, agora, a classe média recuperou a sua participação e novas vitórias virão em torno de temas relevantes para a vida dos cidadãos. Por outro lado, a exemplo do que ocorreu com o movimento “Fora, Collor” que ensejou o surgimento de novas lideranças como os atuais senadores Lindbergh Farias e Randolfe Rodrigues, esse novo movimento também produzirá novos lideres. Esperar para ver. Tomara que os novos líderes não se contaminem com o imoral toma lá, dá cá, prática tão em voga entre legislativo e executivo.

Mas, e os perigos dessa megamanifestação em todo o país? Primeiramente a questão dos oportunistas. Em todos os sentidos, político, econômico e social. Quer um exemplo? Os vândalos de ontem e sempre. Vi mascarados com olhares suspeitos e temi ser confundido com seus antagonistas. Portavam mochilas que aparentavam certo peso. Nelas, certamente, estavam escondidos as marretas e martelos, bolas de gude, bombas (de São João, cuja festa está próxima), rojões, sinalizadores explosivos, coquetéis molotov e, pasmem... pólvora usada nas fogueiras conforme visto nos noticiários. Cabe agora à polícia investigar e nos dar respostas: quais os líderes? Quais os motivos? A quem servem? Quem os financiou? O Secretário de Segurança Pública do DF está empenhado nisso. São questões que precisam ser esclarecidas ao cidadão de bem, sob pena de pairarem suspeitas às semelhança do que ocorreu com aquele carro bomba que explodiu em grande show artístico no Riocentro. Péssimas lembranças, mas que precisam ser lembradas e delas tirar lições. Com a palavra as autoridades. Já se disse que o preço da democracia é a eterna vigilância. Vigiemos! E com responsabilidade social, pois incendiar não resolve.

Valeu... 1,4 milhão de pessoas nas ruas, no país e no exterior.... Um peso, uma força incalculável, pois fizeram tremer as estruturas dos poderes e não somente a do Congresso Nacional que, literalmente, teve a estrutura física do prédio balançada quando os jovens ali subiram.

Brasília, 21 de junho de 2013

Paulo das Lavras 
 
 








 

           





Chegando na Estação Central do Metrô... alegria geral

                                          Crepúsculo com outras luzes avermelhadas
                                          Início da concentração.
                                           Patrulhas em solo... e
                                          no ar.
                                          mais segurança e tranquilidade para os participantes
                                          Nação indígena Kayapó
                                         Dança de guerreiros etnia Kayapó em plena Manifestação
                                           mais guerreiros em marcha pacífica
                                           e mais Kayapós
                                         Ainda a dança, simbolizando disposição de morrer pela terra
                                         Chegando no limite do cordão de isolamento
O alvo maior da Manifestação. Calado até hoje...

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O Facebook é antiestressante?



O Facebook é antiestressante?

 

Sim, é...! Pesquisas realizadas em universidades e centros de pesquisas da Geórgia-EUA, Cidade do Cabo e Milão comprovaram o que muitos já sabiam e têm praticado com frequência. Tomei conhecimento desses estudos em artigo publicado há poucos dias pela imprensa nacional, de onde fiz e sistematizei o seguinte resumo:

 
1-    Quando usado com moderação o Facebook pode fortalecer amizades iniciadas fora do ambiente virtual e elevar a autoestima. O excesso, entretanto, é prejudicial.

2-    A troca frequente de mensagens e compartilhamentos de informações entre amigos fortalecem as relações.

3-    Usado em pausas para lazer é relaxante, pois aproxima as pessoas que se sentem bem e com boa integração ao meio social. Em apenas três minutos de uso o Facebook provou ser um gatilho que ativa uma série de emoções positivas nas pessoas pesquisadas. Sensores mediram as reações de usuários, enquanto operavam o Facebook, registrando os sinais emitidos pelas pupilas, pele, respiração, ritmo cardíaco e ondas cerebrais. Foi comprovado um estado de excitação agradável como num relaxamento.

4-    O uso do Facebook causa emoções diferentes e isso é uma experiência positiva que leva as pessoas a querer repeti-la.

5-    Os antissociais, que não gostam de curtir ou comentar as postagens dos amigos nada aproveitam. Já aqueles que curtem ou comentam as postagens reforçam as relações agradáveis construídas fora da rede.

6-    Pessoas que gostam de si mesmas, de bem com a vida, tem tendência a ser positivas, provocando resposta melhor ainda dos outros.

7-    As curtidas e comentários equivalem a elogios ou atitudes manifestadas nas interações com amigos. As palavras de apoio fazem as pessoas se sentirem bem. Por isso é preciso cuidado no que se posta em seu perfil. Quando muitos curtem ou comentam as pessoas gostam, tornando-se um ciclo virtuoso.

8-    Pessoas que se incomodam com as boas noticias e o sucesso de outros, ou que estejam ou sejam insatisfeitas com a própria vida, não gostam dessas páginas que, certamente, lhe causam mais mau humor.

9-    Os mal humorados são frequentemente eliminados, bloqueados da lista de amigos. Isso comprova que a grande maioria está nas redes sociais por prazer e não gostam de atitudes negativas.

10- Não há felicidade virtual que não esteja fundamentada em uma vida igualmente positiva.

11- A autoestima se fortalece naqueles que cultivam fortes laços de amizade fora da rede. A exposição à coisas/comentários positivos postados na rede os faz sentir socialmente conectados de forma positiva a bons amigos.

12- Assim, concluem as pesquisas: É bem saudável e antiestressante usar o Facebook. Mas...., contudo, tenha cuidado. Pergunte a si mesmo se você usa a mídia social porque quer ou porque você precisa? Se sentir que esse uso é compulsivo, que não é divertido, então... , é um sinal claro de compulsão doentia, semelhante a quem se vicia em bisbilhotar a vida alheia.

 

Essas foram as principais conclusões encontradas pelos pesquisadores de diferentes países e independentes entre si. São bem interessantes e concordo com todas, conforme resumo acima. Mas, acrescento: Por mais relaxante e prazeroso que seja navegar nessa rede use-a com moderação (plagiando a antipropaganda de bebidas alcoólicas) e, sobretudo, selecione bem os assuntos serem postados ou comentados. Eles revelam mais sobre você do que a quem supostamente seriam endereçados.

Particularmente gosto muito da rede, pois é uma ferramenta que proporciona oportunidade sem igual para fazer novas amizades e o reatamento de contatos com amigos de infância, do colégio, faculdade, vizinhos ou simples conhecidos de longa data e com os quais nunca mais tivemos chance de encontrar. Muitos desses antigos nem usam a rede, mas seus familiares, mais jovens, sempre estão atentos e nos trazem mensagens relatando a alegria do contato. Prazer sem igual.

Em um ano de acesso regular à rede FB pude vivenciar e constatar a comprovação das conclusões acima enumeradas. Além de encontrar explicações comprovadas para os próprios sentimentos de prazer e satisfação ficou mais fácil entender e apoiar algumas manifestações de repúdio a alguns comportamentos hostis com consequente exclusão do “amigo”. Felizmente são raros esses comportamentos inadequados, predominando as boas notícias e comentários de estímulo reforçando as relações agradáveis construídas fora da rede ou nela própria.

 

Bom proveito, nesta rede de amigos.

 

Brasília, 13 de junho de 2013

 

Paulo das Lavras
 
 
 

terça-feira, 11 de junho de 2013

Existe solidão?

 
Crônica para o Dia dos Namorados - 2013

           Não existe solidão quando você tem um amor na vida. Se você tem uma família, um lar, não importa aonde quer que você esteja, pois não estará só. A bordo de um jato transcontinental ou num lugar a 10 mil quilômetros de distância? Não importa! Palavra de quem já percorreu meio mundo em jornadas de certa duração. Se fizer tudo direito se sentirá bem em qualquer lugar do mundo, em Nova York, Paris ou mesmo nos confins das aldeias indígenas nas nascentes do Rio Amazonas nas selvas do Peru e Equador, pois tem a certeza de que sempre poderá retornar para casa e ali encontrar os que lhe são queridos, seu refúgio, sua fortaleza.

Assim você poderá ir longe na vida, muito além do horizonte, batalhar, conquistar seu espaço, mesmo que em algum desses lugares o céu não brilhe tanto para você e pareça escuro. Mas, diz a sabedoria que às vezes a ausência de luz é necessária para que a valorizemos. É na escuridão, no vazio do pensamento, que residem as melhores reflexões que nos conduzem à valorização do amor, das amizades às pessoas, com a certeza de que nunca estamos sós. Embora distantes, sabemos que podemos voltar para a casa, a família, os amigos que nos esperam e acolhem, sempre. E sempre podemos voltar de onde quer que estejamos, para junto dos entes queridos que, embora ausentes fisicamente, estão permanentemente conosco em nossos corações. Não há solidão quando se tem família e amigos. E família começa no namoro. Feliz Dia dos Namorados para todos.

Brasília, 12 de junho de 2013

Paulo das Lavras
 
                                                     Namorados recém casados em lua de mel